Buracos e fantasias na Madeira


De buraco em buraco até à derrocada final. Durante anos a fio o Alberto João - como os súbditos da ilha gostam de tratar o senhor todo poderoso -  fez todas as patifarias possíveis e imaginárias para ganhar votos e ficar no Poder.  A ilha ficou cheia de túneis, estradas, SCUT,  obras milionários feitas em circuito fechado entre políticos, gestores, empresas privadas e Governo.  Tudo foi feito à descarada. Com a desvergonha típica de quem tudo pode e manda, a Madeira lá se foi endividando e sempre com a bonomia e aplauso dos governos PSD e  PS. Qundo falava grosso algumas vozes temiam o vozeirão, a língua afiada e desbocada. Foi idolatrado e gozado. "Não é para levar a sério o que ele diz",  ouvia-se sempre que o senhor da Madeira fazia ondas. Porém, na hora da verdade,  todos lá iam ao beija-mão e desculpavam as infindáveis patifarias, grosserias, faltas de educação e cortesia.  E feitos os habituais perdões de dívidas. A Imprensa independente é uma ficção e tudo gira à volta da corte presidida pelo homem do charuto Cohiba que trata Lisboa de "cubanos".  Hoje, as notícias dão conta que o Tribunal de Contas -  que sempre avisou para o descalabro financeiro e toda a gente fez de conta - , descobriu mais um buraquito no valor de 220 milhões de euros.  Na semana passada, os sinos tocaram a reboque com a "descoberta" do pequeno terramoto nas contas públicas e que todos (melhor, os contribuintes) vão pagar. Trata-se de uma dívida oculta no valor de 1113, 3 milhões de euros. A troika fez outras contas de multiplicar e dividir e chegou à conclusão que, afinal,  a "derrapagem" já vai em 1891, 3 milhões de euros. Coisa pouca para quem esbanjou dinheiros públicos sem fim e festins para afilhados e afins. A promiscuidade entre negócios públicos e privados mete nojo e a society madeiriense vive à grande e à francesa. O compadrio está em todo o lado: função pública, poder judicial, Imprensa, rádios e televisão, futebol. Tudo é feito com a benção da igreja e da Maçonaria, essa força invísivel, espécie de polvo do lado de cá e de lá do Atlântico. A lista VIP é enorme e sempre feita em regime de sucessão, espécie de condomínio fechado onde só entra quem tiver cartão laranja e afilhado da realeza.

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