A arte foi uma festa em Serralves


 Foram 24 horas vividas ao correr do tempo, arte (muita arte), música, performance, teatro, dança contemporânea, cinema, leituras para novos e menos novos, uma catadupa de acontecimentos para todas as idades, gostos, estéticas.
Entre um “Passeio no Campo” e piquenique à mistura, muitos optaram pelo “Esplendor da Relva”, convivendo com a família e amigos. Serralves foi uma festa para os sentidos, um êxito que, ano após ano, junta milhares de pessoas e promove a democratização da cultura. Juntar Mundos foi o tema (feliz) da última edição.
Há quem circule de um lado para o outro em busca dos “melhores espetáculos” e chegue sempre atrasado e cansadíssimo. Outros, fazem voo picado ao vastíssimo programa, mais de 250 eventos, 400 artistas de 15 nacionalidades diferentes.
Como ando sempre de alma cheia fui cirúrgico nas escolhas artísticas. Estive na visita guiada à notável exposição “Quasi Tutto”, do italiano Giorgio Griffa, revi a retrospectiva de Silvestre Pestana (parabéns ao poeta das imagens que conheci há mais de 40 anos na Bienal de Cerveira), depois envolvi-me nos jardins encantados com a  História da Cinderela, pelo Teatro de Marionetas do Porto (só faltou o João Paulo Seara Cardoso) e sem parar espreitei o “Retrato em Família”, um projeto dinamizado pelo Instituto Português de Fotografia.
“E se tudo fosse amarelo?”, pela coreógrafa Sílvia Real, foi a proposta seguinte num cardápio vasto e com propostas tentadoras como o espetáculo (belíssimo) intitulado Tati, coreografia da ACE e homenagem ao genial Jacques Tati; concerto do Quarteto de Cordas de Matosinhos (apresentou “Da Luz Nítida da Manhã”, do compositor Fernando Lapa e encomenda da Câmara de Matosinhos) e circo contemporâneo com acrobacias do outro mundo pela conhecida (e premiada) Compagnie 111, Plano B.
O programa teve muito mais para ver, fruir e sentir. Em final da festança já só espreitei alguns desenhos animados e filmes exibidos pela Casa da Animação e dei um salto ao prado para curtir alguns sons de música electrónica pelos “Shackleton Presents Powerplant”.
Feitas as contas fiquei sempre a ganhar e tive tempo para tudo: participei numa das festas mais democráticas da arte do país, revi alguns amigos e nos intervalos até consegui produzir algumas imagens no meu novo brinquedo de estimação.
Para o ano há mais. Serralves voltará para animar a cidade e projectar internacionalmente o Porto.

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