Boys para todo o serviço


Nunca tomam posição sobre nada nem contra ninguém. Quer seja a polémica barragem do Tua (que segundo reputados especialistas vai destruir um dos vales mais ricos do Douro/Património Mundial da Humanidade), o TGV ou as parcerias público-privadas (outro negócio de milhões a pagar pelo contribuinte) os meninos bem-comportados que saltitam nos corredores do Poder nunca se comprometem, antes navegam conforme as modas. Estão sempre com o chefe de ocasião, o Poder de momento e têm a arte de passar pela chuva sem qualquer pingo de constipação. Têm sempre um guarda-chuva à mão de semear e protegem-se uns aos outros. Têm amigos em todo o lado:  na loja macónica, na "Opus Day" ou na "Opus Gay". Veneram e gostam de elogios fáceis. Os seus súbditos tratam-nos sempre por "doutores" e o "partido" foi sempre a rampa de lançamento para as suas carreiras. Alguns até foram ministros, secretários de Estado, outros boys para todo o serviço, vereadores, gestores das empresas municipais, fundações e institutos. "Aos Vencidos da Vida", uma nova casta surgiu no pós 25 de Abril: "Os Acomodados da Vida". Continuam a ganhar chorudos ordenados e até agora a troika ainda não lhes mexeu no bolso. A crise passa-lhes ao lado, mas estão sempre de dedo em riste quando alguma medida, por mais benigna que seja, possa beliscar os seus privilégios. Muitos deles só vagamente souberam o que era trabalhar, outros têm o título de "advogado", mas nunca advogaram coisa nenhuma e tornaram-se políticos "encartados" com influência na  distribuição de lugares a quem fosse seu apaniguado. Estão por todo o lado e em todas as sacristias. Quando alguma voz lúcida denunciava a falta de meios financeiros para Portugal suportar as mordomias e os gastos exagerados do Estado (empresas públicas, tipo Parque Expo & Companhia Limitada) debitavam a conhecida cassete: "Lá estão os profetas da desgraça a não deixar progredir o país". Agora, com a troika a mandar em Portugal, a classe média sente-se enganada, defraudada. Os estudantes desesperam por um emprego decente, os desempregados aumentam em catadupa, as falências sucedem-se, a economia não dá sinais de descolar. As ilusões terminaram. E não adianta atirar as culpas para os mercados, as agências de rating, a Alemanha ou a França. Portugal teve milhões da UE para a dita modernização, mas não teve arte e engenho para ver mais longe. É o país da UE com a maior taxa de desemprego (talvez um 1 milhão até ao final do ano) e  hipotecou o futuro de milhões de jovens. Pobre país que tais filhos deu à Nação.

Comentários

  1. Caro Manuel
    Concordo com tudo o que aqui escreves!
    Mas, em relação a esses FILHOS DE UM MADRE, eu acrescento que além de tudo, muito deles são ladrões, em relação a estes a justiça que temos assobia para o lado. De vez em quando lá faz de um ou outro arguidos, mas é tudo a fingir. Inquéritos de brincadeira, o tempo vai passando, os ladrões fazem-se de mortos e passados poucos meses, aí estão eles de novo na Ribalta e o povinho já nem se lembra.
    Abraço
    Gaspar de Jesus

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