Chares Chaplin, o Charlot da minha infância foi sempre um homem admirável pelo seu talento, generosidade e capacidade de fazer rir através das situações mais dramáticas e tortuosas. Foi um dos meus heróis. Não foi só o cinema, os filmes cheios de poesia e humanismo que prenderam o meu olhar. Além do cómico, do burlesco e das pantomimas que emocionam quem tem capacidade de se emocionar, o seu exemplo de cidadania, coragem e modo de estar na vida despertam atenção e deixam sempre um sorriso de contagiante alegria. Deixou-nos uma lista enorme de filmes mudos e sonoros, um hino à fraternidade e convivência entre os povos, mas também, denúncia da injustiça, miséria e opressão do Mundo. Foi um homem de carácter e grandeza em muitas situações difíceis. Nos EUA, onde filmou e viveu uma parte da sua vida, teve problemas com o "macarthismo" e foi acusado de actividades anti-americanas. Lá como cá, ser "comunista" dava direito a prisão e perda dos direitos cívicos e ausência da liberdade. Apesar da caça às bruxas não se deixou intimidar e rodou esse libelo/denúnica das atrocidades de Hitler e do nazismo através de "O Grande Ditador" (1940). Na sua vida cheia de filmes rodou películas que ficarão para sempre na nossa memória colectiva, como "O Vagabundo", "O Circo", "Luzes da Cidade", "Tempos Modernos" e "Luzes da Ribalta", entre muitos outros registos únicos, porque única foi a sua arte contar hilariantes histórias de amor e vida, mais os pequenos e grandes dramas da Humanidade. Morreu numa noite mágica (Natal de 1977) aos 88 anos, na Suíça. E além do cineasta de causas e valores, deixou-nos poemas para recordar e sorrir sempre e sempre.
"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz..."
"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz..."
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