O progresso é uma miragem


Durante anos os sucessivos governos, o PSD e o PS fizeram crer à populaça que o país era rico. Nem precisava de agricultura nem do mar. Tudo vinha do céu. Construíram-se em catadupa auto-estradas, rotundas, pavilhões, piscinas. Era o "progresso" em movimento. Depois, veio o Euro 2004 e mais campos de futebol foram projectados pelos arquitectos da moda. Os jornais já dizem que o estádio de Leiria está à venda e o vistoso estádio de Aveiro poderá ser demolido. Outros estão às moscas. Depois, veio o maior vendedor de ilusões do pós 25 de Abril. Enchia a boca de TGV, novo aeroporto e barragens, mas o país não tinha dinheiro para mandar tocar um cego. Veio o FMI e a exemplo da Grécia e da Irlanda, aplicou a receita do costume para para evitar o país da bancarrota. Com contas públicas pouco transparentes, Passos Coelho tirou agora da cartola o corte de subsídios de Natal e despedimentos na função pública. A factura é sempre paga pelos mesmos. Os ricos continuam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. O que resta da classe média já vai a caminho do BACF.
Nota: em tempos de austeridade a Câmara Municipal de Matosinhos comprou há dois meses dois estádios de futebol pela bagatela de 6,7 milhões de euros. O negócio foi denunciado, fez-se algum alarido mas já foi esquecido. Valeram os superiores interesses do futebol e da política. Quem disse que o país era pobre e precisava de apertar o cinto?

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