Arco em Madrid: a crise na arte


Até o gerente do hotel queixou-se amargamente da crise e da falta de clientes da sua unidade hoteleira, dantes a abarrotar de “habitués” frequentadores da Arco, em Madrid. “Não há dinheiro”, diz num castelhano pausado e entendível. Na Feira de Arte, 215 galerias nacionais e estrangeiras, edição 2012 dedicada à Holanda, milhares de peças em exposição, vídeos, esculturas, pinturas de diferentes registos e estilos, com nomes sonantes da pintura (um Tàpies, recentemente falecido só era vendido por 700 mil euros) jovens criadores à procura de algum mecenas encartado. E o público, menos que o habitual, eles e elas com fatos para os dias de glamour, mas também artistas ciosos em dar nas vistas com fatiotas bizarras e excêntricas. Com crise ou sem crise a Arco é sempre um acontecimento cultural, mundano q.b., oportunidade de negócio, investimento, compra da peça do artista de renome, aposta na proposta mais arrojada do ilustre desconhecido. Nos museus da cidade mais arte atrai o visitante: Chagall (imperdível no Thyssen-Bornemisza); Hanzs Haacke (no Centro Reina Sofía);  Leonardo da Vinci (Centro de Exposições Arte Canal);  Gothard Schuh (Fundação Mapfre) ou parte da colecção Hermitage, no Prado. Mesmo com temperaturas baixas e um frio cortante Madrid é uma festa.

Comentários