Orlando Ribeiro II


Num tempo em que o país não sonhava ser atravessado pelas grandes auto-estradas,  IC`s  ou SCUT`s  que vieram alterar radicalmente a sua fisionomia e geografia,  a exposição intitulada “Ponto de Partida/Lugar de Encontro”,  na Biblioteca Nacional de Lisboa, vem chamar-nos atenção para o enorme legado patrimonial e documental deixado por Orlando Ribeiro. Composta, essencialmente, por objectos, utensílios de viagens, peças de uso pessoal, mais os seus famosos cadernos de apontamentos e anotações das inúmeras pesquisas efectuadas em diferentes locais do território, livros, manuscritos e fotos,  a mostra ajuda-nos a compreender melhor a faceta desconhecida do geógrafo, as muitas viagens e pesquisas, o seu trabalho solitário e pioneiro.
“As imagens fotográficas de Orlando Ribeiro são como a sua escrita, sinceras, autênticas, cheias de uma verdade que se aceita como exterior, documentos da realidade. Mas, também, irrecusavelmente únicas, fazendo parte de um projecto estético onde as terras e os homens, as suas realidades traduzidas em cultura de evidente carácter ecológico falam de um mundo tão próximo e tão afastado de nós, que nos enche de angústia e de saudade”, escreveu Maria Teresa Siza, na revista Finisterra, em 1994.



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