Um filme poético realizado em 1989, “Clube dos Poetas Mortos”, do cineasta Peter Weir, serviu de mote ao nascimento da Associação Cultural Clube dos Poetas Vivos, em Ponte da Barca, 16 anos a partilhar poesias em terras da Nóbrega e Valdevez, homenageando poetas, promovendo recitais, divulgando autores muitas vezes esquecidos, como Pedro Homem de Mello ou António Couto Viana. O encontro terá lugar no dia 5 de Maio e o homenageado da próxima edição será o poeta António Corrêa de Oliveira, monárquico, ligado ao “integralismo lusitano”, colaborador da revista “Águia”.
O que seria da cultura portuguesa caso não tivesse resgatado da poeira a poesia do trovador e rei D. Dinis? Ou de Fernando Pessoa, redescoberto após vários estudos, ensaios, livros, antologias? “Os poetas nunca morrem. Podem deixar de escrever por diversas circunstâncias, mas a sua poesia está sempre viva. Se um leitor amar um poema, esse poema acompanha-o sempre na sua caminhada. Ainda hoje fico comovido com a lírica de Camões, cuja poesia continua a iluminar a nossa contemporaneidade. Por isso, temos como patronos dois grandes poetas: Camões e Pessoa”, diz Lacerda e Megre, presidente do Clube dos Poetas Vivos.
A apresentação do DVD “Amália canta Pedro Homem de Mello”, conferências sobre a vida e obra do poeta António Corrêa de Oliveira pelo historiador Alberto Abreu, poesias ditas pelo actor Júlio Cardoso, uma serenata de Coimbra e uma missa na igreja matriz para louvar os poetas falecidos, como António Manuel Couto Viana, António Feijó, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sofia de Mello Breyner Andresen são algumas das iniciativas agendadas.
“O filme [do Peter Weir] dá-nos uma ideia triste dos poetas. O Clube pretende exaltar os grandes poetas e cuja poesia faz parte da Humanidade. Camões morreu há 500 anos e está constantemente a ser evocado e homenageado”, concluiu Lacerda e Megre. O evento tem o apoio da Câmara Municipal do concelho da Ponte da Barca e estão inscritos cerca de uma centena de participantes.
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