O dia mais feliz do jovem Bubacar


Bubacar, 31 anos, economista, veio de Bafatá para ganhar a vida na capital.  Acabou de ser pai pela primeira vez e agora, todos os sonhos do mundo povoam-lhe a cabeça. “O parto correu normalmente, mãe e filho estão bem. Esperei muito tempo por este dia”, confessou de voz emocionada. Como o filho Adail parou de chorar e deu tréguas para a conversa, Bubacar tem outro rosário pela frente, a conta do Hospital que não sabe “muito bem” como vai pagar e qual o futuro para o seu filho. “Para sobreviver e ser realmente feliz tenho ganhar dinheiro para a alimentação e medicamentos, como também ajudar a família. Está tudo desempregado. Não é fácil. O meu salário não chega para tudo”, garantiu.
O futuro, sempre o futuro do país, mais os sobressaltos de carácter político/militar causam-lhe preocupações acrescidas. E sente-se nervoso por viver no fio da navalha. “Quase 50 por cento do Orçamento do país provém de doações da Comunidade Internacional. Se não fosse a ajuda dos países amigos tudo seria pior”, antevê o economista desejoso de iniciar o Mestrado em Auditoria e Finanças.
Como vive um dia de cada vez quer ver a esposa em casa “o mais rapidamente possível” e formula votos que o país encontre rapidamente o caminho da paz e do bem-estar social, sobretudo, depois do último golpe de Estado, cujo governo de transição não foi reconhecido pela maioria dos governos e instituições internacionais. “Ainda tenho esperança em dias melhores. Vamos conseguir”. Na enfermaria soltam-se outras notas de alegria.

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