“Oriente-Ocidente” de Savall em Espinho


Resultado de imagem para jordi savall
Jordi Savall dispensa apresentações. Seja como intérprete de música antiga, director ou maestro dos agrupamentos Hespèrio XX/XXI (1974); La Capella Reial de Catalunya (1987) e Le Concert des Nations (1989) os seus concertos são únicos e criam sempre uma paleta enorme de emoções, expectativas e habitualmente, arrastam multidões. Milhões de pessoas em todo o mundo acompanham os seus concertos sempre com redobrado interesse, encantamento e magia.
Presença regular em quase todas as temporadas da Gulbenkian (esteve no passado sábado em Lisboa) e nos festivais realizados a Norte, o público têm, por isso, a sorte de poder assistir às suas memoráveis actuações quer no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, ou na Casa da Música do Porto. Amanhã, Jordi Savall estará no Festival Internacional de Música de Espinho e para não fugir à regra, o concerto já está lotado há vários dias.
O programa do recital - bastante aclamado nos principais palcos da Europa - intitula-se “Oriente-Ocidente”, compreende pesquisas do reportório musical compreendido entre 1200-1700 e, segundo o laureado intérprete representam um “diálogo entre as músicas instrumentais da antiga Espanha cristã, judia e muçulmana, da Itália medieval e de Marrocos, Israel, Pérsia, Afeganistão, Arménia e antigo Império Otomano”.  
Segundo o jornal The Guardian (2011), «o que de verdade o distingue são as suas incursões no templo da alta cultura. Trovador omnívoro, interessa-o resgatar tradições musicais, o que o leva desde as bibliotecas de Manchester até às aldeias colombianas, com gravações que vão desde os ritmos berberes até ao êxtase do reggae, desde a serena emoção de um lamento arménio até à vivacidade de uma gallarda isabelina».
Perante tantos e variados elogios todas as palavras são desnecessárias para descrever a beleza dos seus concertos. Resta dizer que os bilhetes variam entre 6 e 10 euros, ou seja, em nenhuma parte do Mundo se pode assistir a um concerto de Savall por tão módica quantia. Só mesmo em Portugal tal é possível…
Ainda no Festival de Espinho duas ou três notas mais para chamar a atenção do ecléctico e selectivo programa da 41ª edição: no próximo dia 10, sexta-feira (22 horas) outro concerto de expectativas elevadas: Florent Héau, clarinete e direcção musical, Patrick Zygmanowski (piano) e a Orquestra Clássica de Espinho.
No dia seguinte, na capela de Nossa Senhora da Ajuda (dia 11, às 22horas, com entrada livre) as sonoridades do alaúde leva-nos à Renascença através  de Hopkinson Smith,  considerado como “um dos pioneiros pela divulgação moderna da música barroca e renascentista tocada em instrumentos originais”.
Até ao final do certame estão previstos concertos com obras de Beethoven, Rachamaninoff, Schumann e Berg, através de Jean Guihen Queyras (piano) e Frédéric Lagard (piano); música de jazz com a banda de Mike Stern e Didier Lockwood; actuações do Quarteto Alfama (que no ano passado actuou com assinalável sucesso no Cistermúsica); mais a pianista Angela Hewitt (dia 18) e a finalizar, no dia 24, no largo da Câmara Municipal, a Orquestra Clássica de Espinho, dirigida pelo maestro Pedro Neves e tendo como violoncelista Romain Garioud, interpretará um reportório apelativo com obras de Dvorak e Leonard Bernstein. 
Será, certamente, mais uma noite festiva a juntar a outras de um Festival que, ano após ano, confirma o seu enorme prestígio e afluência de público.

 

Comentários