A partir daqui nunca mais deixei de comprar todos os meses a revista, espécie de bíblia musical e farol de ideias com preciosos contributos sobre autores, compositores, poetas, músicos.
Depois, a MC abriu outros horizontes e partiu à descoberta de outras sonoridades, fundou o Intercéltico no Porto (lembram-se de ouvir Alan Stivell, grupos únicos como “Gwendal”, em 1991, com o Rivoli a abarrotar, “Chieffains”, Kepa Junkera ou a gaiteira de música celta Suzana Seivane?) fundou a MC Discoteca, organizou exposições, concertos, promoveu a importação e distribuição de imperdíveis catálogos de música folk, tradicional e étnica, sem esquecer nomes da clássica, jazz e blues (até B.B King veio ao Porto através da MC) defendeu causas, entre as quais, a defesa do Coliseu do Porto quando os demónios da IURD queriam comprar a majestosa sala de espectáculos do Porto.
Feitas as contas quem ficou a ganhar foram os jovens da minha geração. Por 3 escudos e 50 centavos (qualquer coisa como 0,017 cêntimos de euro) o público mais atento ficou a conhecer melhor o que importava saber no panorama musical nacional e internacional, músicos, grupos, cantantes, concertos únicos de Carlos Paredes, José Afonso, Astor Piazzola que, de outra forma, seria mais difícil conhecer e partilhar. E como a Mundo da Canção faz parte do património afectivo e cultural preservo todos os números da revista na estante das minhas velharias sem preço.
Parabéns ao Avelino Tavares, pela teimosia, dedicação e coragem em levar por diante um projecto cultural de enorme importância para a cidade e o país.
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